Apontado como uma tendência há algum tempo, o trabalho remoto se tornou quase que uma obrigação para muitas empresas, a partir do primeiro trimestre do ano passado.
A transição foi repentina e sem muito (ou nenhum) planejamento. Os funcionários dessas empresas praticamente puseram seus notebooks embaixo do braço e foram fazer o seu trabalho em casa.
No início, muitos profissionais e líderes não sabiam muito bem como lidar com a situação toda e vimos funcionários trabalhando mais tempo do que o normal, passando horas em reuniões online (desnecessárias algumas vezes), falta de estrutura para o trabalho entre tantos outros problemas.
Como não foi possível parar, os ajustes foram feitos com "o carro em movimento". E, pouco mais de um ano depois, já vimos muitas soluções sendo implantadas e muitos dados demonstrando que o trabalho flexível veio para ficar.
No ano passado por exemplo, empresas como Facebook, Twitter e Microsoft anunciaram que estavam planejando mudanças permanentes nas dinâmicas de trabalho.
No entanto hoje já vemos gigantes da tecnologia como Apple e Google questionando se o trabalho remoto realmente vai funcionar integralmente para os seus modelos de negócios.
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A busca pelo modelo de trabalho ideal vai se basear muito na cultura da empresa
e de como as coisas funcionarão na prática, quando os escritórios estiverem totalmente abertos e, parte dos colaboradores, estiverem na empresa e
outra parte trabalhando remotamente.
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Essa discussão não está encerrada. Ainda há muito a descobrir nesse cenário. Mas queremos trazer aqui um aspecto que, independentemente do local e do modelo de trabalho, já é uma realidade e que vem trazendo desequilíbrio entre o resultado esperado desse profissional e o seu bem-estar, que é o aumento da carga de trabalho digital.
Numa análise das atividades das ferramentas Microsoft 365, entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021 conclui-se que houve um aumento substancial do uso de ferramentas de comunicação (como o Teams), na troca de emails e também no número de pessoas trabalhando em documentos do Office.
Nós também fizemos uma enquete com os nossos seguidores no Linkedin (link para o resultado da enquete), onde perguntamos "Qual a sua maior dificuldade no trabalho remoto?" e 54% das pessoas responderam que a maior dificuldade era “desconectar-se das telas”.
Essa sobrecarga do trabalho digital tem feito as pessoas até entregarem mais, porém a um custo pessoal que pode ser muito alto.
De acordo com a Dra. Mary Donohue, Fundadora da The Digital Wellness Center, uma das causas da exaustão que vem afetando as pessoas pode ser por conta da velocidade e da urgência que o trabalho digital exige.
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Segundo a Dra. Mary, as conversas presenciais dão ao cérebro a oportunidade de
entender a linguagem corporal do outro, seu tom de voz entre outras indicações,
e fazem mais sentido do que uma mensagem fria que recebemos na nossa tela.
Há um gap entre o que você tenta comunicar e o que a pessoa que recebeu entende.
Isso tudo faz com que os níveis de cansaço, ansiedade e burnout aumentem,
enquanto a motivação e o engajamento no trabalho diminuem.
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E o que você pode fazer para melhorar a sua condição, nessa realidade virtual?
Algumas das nossas sugestões são:
Priorizar o seu trabalho, definindo o que realmente é importante fazer. Elimine "gorduras".
Ao final do dia, faça uma pausa para refletir sobre as necessidades primordiais para a próxima fase do trabalho.
Repense o seu processo digital, equilibrando comunicação síncrona e assíncrona. Você não precisa responder mensagens de chat, email, whatsapp assim que as recebe.
Busque objetividade (tanto sua quanto dos participantes) nas reuniões online, para que você passe menos tempo em reuniões improdutivas.
Planeje o seu dia, de forma que você tenha tempo para concentrar-se em projetos que exigem foco e atenção.
Acrescente aqui um ou mais itens que considere importante para que você se sinta com mais tempo e energia para entregar o seu melhor no trabalho e também desfrutar da sua vida pessoal.
Sobre a autora:
Regina Giovannelli - Linkedin
Especialista e Mentora em Organização e Produtividade
Membro da INTERACTTI – Rede de Empreendedorismo e Negócios - América Latina
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