Isso mesmo que você leu. Muitas empresas em seus dashboards têm poucos indicadores ou quase nenhum.
Mas outras têm muitos indicadores.
E aí surge a questão: Nosso dashboard deve ter quantos indicadores?
Atualmente o excesso de dados e informações vem sobrecarregando as pessoas e impactando inclusive nos processos de tomada de decisões, em todos os campos da nossa vida.
Um exemplo. Um restaurante lhe apresenta um cardápio digital com inúmeras telas, cheio de possibilidades de pratos. O que tende a acontecer?
Você pode não chegar até o fim do cardápio, se cansar de olhar tudo e acabar escolhendo algo rapidamente, ou ainda algo que lhe é mais familiar. Comigo isso já aconteceu várias vezes. E pelo que percebo, acontece também com outras pessoas.
Outro exemplo. Quantos portais de notícias existem hoje? Quantos você consegue ler? Mas já reparou que mais de 80% das noticias são as mesmas com pequenas variações? Nesse caso, é possível que ler apenas um dos portais pode lhe dar quase todas as informações de que precisa certo?
Pois bem, considerando-se as diferenças dos temas, claro, pode-se dizer que com os Indicadores, e até mesmos com os KPIs vem acontecendo algo bem semelhante.
Em nossas mentorias e projetos, temos percebido o quanto os gestores vêm sofrendo com o excesso de indicadores e consequente, sobrecarga de dados e informações, muitas vezes, com dashboards extensos e complexos.
E quais são as consequências dessa sobrecarga de indicadores e de informações?
Uma delas, é que muitas vezes os tomadores de decisões acabam não sabendo o que fazer com tanta informação. Ficam um pouco confusos.
Mas há outras.
Se a empresa optar por ter muitos KPIs e um dashboard cheio de informações e gráficos, tenderá a levar os tomadores de decisões a desfocar do que é essencial e estratégico, ou ainda, poderá os levar a tomar decisões, sempre com base nos mesmos indicadores, e consequentemente, sem a devida atenção a algumas informações diferentes que poderiam ser consideradas relevantes num determinado momento para a empresa.
O que fazer?
A resposta não é simples. Não há uma receita para todas as empresas.
Mas a máxima “o menos que é mais” é aplicável ao processo de definição de Indicadores e KPIs.
Uma dica é: escolher os melhores Indicadores aqueles que trarão as informações mais relevantes e estratégicas.
Mas esse processo de escolha e exclusão de indicadores não e fácil, pois há muita dificuldade em fazer o que chamamos de “opções excludentes”, um conceito muito utilizado em estratégia.
As empresas, por exemplo, têm dificuldade em excluir “oportunidades”, pois acham que ao fazerem isso estão perdendo algo. Um erro, claro, porque nem sempre uma oportunidade é de fato uma oportunidade para uma empresa.
O mesmo acontece com os Indicadores e KPIs. Nem todos são essenciais e estratégicos para uma determinada empresa.
E aí está a outra grande dica. Todos os Indicadores e KPIs costumam ser importantes, mas nem todos são essenciais.
Considero que uma das regras de ouro nesse processo de indicadores é definir os Indicadores e KPIs essenciais, aqueles que trarão as informações fundamentais e estratégicas para a tomada de decisões. E deixar o resto de fora.
É preciso aprender a excluir indicadores e não cair na armadilha de ter um dashboard com muitos indicadores, informações, gráficos, números, pois com certeza, isso não facilitará o processo de tomada de decisão, pelo contrário, poderá complicar.
Um dashboard complexo, poluído com muitos indicadores, tenderá a ficar esquecido na mesa dos gestores, ou ainda, fará com que eles olhem apenas para os mesmos indicadores, sempre.
Ah! E aí vai mais uma dica valiosa. É preciso aprender a associar os indicadores essenciais, pois é dessa forma, que será possível ter informações mais completas, sem a necessidade de ter tantos indicadores no dashboard.
É nessa etapa que construímos a inteligência de um dashboard.
Então, voltando à questão do início do artigo: Nosso dashboard deve ter quantos indicadores?
Depois de todas as dicas, a resposta você já sabe, claro.
E lembre-se da máxima. Em matéria de KPIs o menos pode ser mais.
Sobre a autora
Simone Basile - Empreendedora e Mentora em Negócios. Head da INTERACTTI – Rede de Empreendedorismo e Negócios. Idealizadora do conceito Negócios Transformadores. PhD em Ciências pela USP.
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